O "Guia das 29 Sentenças"
Um dia ocorreu o primeiro duplo equívoco. Os estagiários, sem querer, fundiram as sentenças de dois processos - que o juiz nem leu, mas assinou. E foi mais ou menos assim: numa ação em que o autor era Adão, o julgado decidiu "ultra e extra petita" uma pretensão totalmente diferente que estava em nome de Eva.
Os advogados recorreram.
Depois que o tribunal reformou, evidentemente, as duas sentenças, o juiz reuniu os estagiários para uma admoestação coletiva. Os jovens se defenderam e o magistrado - de bom coração - concordou que "errare humanum est".
Abriu, então, a gaveta e dela tirou a cópia de uma matéria publicada pelo Espaço Vital em 29 de junho de 2011. (Notem a mera coincidência da data com o número de sentenças-padrão).
Ali, extraída de uma entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, estava escrita a frase redentora. Segundo o ministro Ari Pargendler, do STJ, "os juízes assinam mais decisões do que eles realmente podem ler".
Ali, extraída de uma entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, estava escrita a frase redentora. Segundo o ministro Ari Pargendler, do STJ, "os juízes assinam mais decisões do que eles realmente podem ler".