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02 fevereiro 2015

O juiz surfista

Charge de Gerson Kauer

O_juiz_surfista.jpg
Vindas da comarca praiana - onde há uma carga de 50 mil demorados processos - começaram a pimpongar reclamações na Corregedoria contra um dos magistrados dali, que se revelara um "juiz s-t-q-q" - isto é, que comparecia ao foro apenas de segunda a quinta-feira e que detestava ser plantonista.
O corregedor da região resolveu conferir de perto e, para não complicar, enviou um revelador e-mail ao colega: "Comunico que o visitarei na próxima sexta-feira para aferir sua presença forense".
E assim fez. No saguão do foro "o juiz s-t-q-q" já esperava a autoridade e após os abraços protocolares, ambos subiram ao gabinete.
Ali, cobrado pelas ausências forenses, o juiz foi franco:
Eu surfo nas sextas-feiras, mas faço isso enquanto também trabalho. É no meio do vai-e-vem das ondas do Atlântico, que me flui a inspiração para sentenciar os mais complicados casos.
O corregedor ficou surpreso, quando foi logo atropelado por um convite feito pelo juiz:
Vossa Excelência não quer também aproveitar o nosso mar e aprender a surfar?
O corregedor já se preparava para encerrar a visita, quando o magistrado local fez uma comparação puxassaquista:
Experimente o nosso mar, ele é muito bom; só não é perfeito porque suas águas marrons não têm a cor celeste dos seus olhos...
Assim a correição foi encerrada. O juiz surfista continua a comparecer ao foro apenas às segundas, terças, quartas e quintas-feiras.
E as ondas seguem balançando...

Espaço Vital

26 janeiro 2015

O pretinho básico

Charge de Gerson Kauer

charge.jpg
Conta a ´rádio-corredor´ da OAB que uma advogada emergente – pouco erudita, mas rapidamente bem sucedida em 2014 – recebe uma visita-surpresa de três amigas, num fim de tarde, em seu novíssimo apartamento.

Estes equipamentos de imagem e som foram instalados há poucos dias. (...) Aqui eu guardo minha coleção de sapatos Prada. (...) Estas são minhas bolsas Louis Vuitton. (...) Meus vestidos são, todos, Chanel, Versace e Dior... – são algumas das frases intercaladas, ditas pela advogada visitada, enquanto exibe outros detalhes de sua recente ascensão financeira e patrimonial.

De repente, ruído na fechadura na porta de entrada.

Adentra então um moreno, porte atlético, camisa vermelha ligada ao corpo bem definido, jeito característico de jogador de futebol.

Ele está sorridente, mas surpreso em encontrar as visitantes.

A advogada faz a apresentação:

Este é o... (e diz o nome dele, naturalmente dispensável, por se tratar de pessoa notória na cidade).

A informalidade prossegue e a advogada dona do “passe”, carinhosamente complementa:

- Ele é o meu pretinho básico!...

Espaço Vital

01 janeiro 2015

19 dezembro 2014

RECESSO FORENSE



José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro: 
“A medida atende um justo pleito da Advocacia 
e não caracteriza fechamento do fórum, 
nem férias forenses. 
Os Advogados também merecem descanso, 
que é direito de todo trabalhador, 
garantido pela Constituição Federal 
e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.”

13 novembro 2014

O cachorro da juíza


Charge de Gerson Kauer

O_cachorro_da_juíza.jpg
Apesar de algumas rusgas que mantinha com a Advocacia em geral, a juíza tinha um bom sentimento para com os animais.
Por isso - quando ia ao foro - ela não costumava deixar seu cãozinho de estimação confinado em casa. E, assim, levava o animal para a repartição forense.
"Taquariinha" - um vira-latas, assim chamado por sua magreza - se instalava ora no gabinete da magistrada, ora na sala de audiências.
E nesses locais - para desconforto de advogados, partes e servidores - era indefectível que, às vezes, se desapertasse de suas necessidades básicas, mirando soleiras das portas, pés de cadeiras e de mesas e, evidentemente, as convidativas pilhas de processos que ficavam no chão.
Quando isso acontecia, a faxineira forense era chamada para a limpeza. Até que, um dia - cansando - ela estrilou:
Doutora, eu não sou paga para limpar xixi e cocô de cachorro particular...
Sem demora, o fato chegou ao conhecimento da Corregedoria e, por tabela, da associação de classe.
Par evitar novos embrulhos, a magistrada foi aconselhada a manter o bicho em casa.
Agora, o cãozinho da juíza mira em objetos residenciais e - nos passeios noturnos e dos fins-de-semana - faz pipi nos principais postes da comarca.